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Na análise anterior, discutimos as razões que poderiam desencadear um novo colapso do dólar na segunda metade de 2025. Recomendo revisitar esse material. Neste panorama, examinaremos mais de perto a política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
O BCE concluiu seu ciclo de afrouxamento monetário no verão passado, realizando um total de oito cortes de 25 pontos-base cada. A inflação foi "domada" com sucesso e trazida de volta à meta de 2%. Por isso, o banco central encerrou justificadamente o processo de redução das taxas de juros. Vale lembrar que, quanto mais baixas as taxas centrais, menor o custo do crédito — e, ao mesmo tempo, menor o retorno de depósitos bancários e títulos do governo, considerados os instrumentos mais seguros do mercado.
Com rendimentos menores e crédito mais barato, mais investidores recorrem a empréstimos, enquanto menos direcionam seus recursos para títulos e depósitos. Em consequência, a demanda pela moeda desse país diminui, pois investimentos seguros no exterior passam a oferecer retornos maiores. Esse é o mecanismo clássico. No entanto, 2025 demonstrou que esse mecanismo nem sempre se manifesta da forma esperada.
Enquanto o BCE flexibilizava sua política, o euro permaneceu em alta demanda. É evidente que esse movimento não foi impulsionado pelo afrouxamento do BCE, mas sim pela forte desvalorização do dólar causada pela guerra comercial promovida por Donald Trump. Assim, considero totalmente justificável o fortalecimento do euro na primeira metade de 2025.
Já na segunda metade do ano, com o BCE encerrando seu ciclo de cortes e o Federal Reserve retomando o seu, o cenário esperado seria:o dólar se tornando ainda menos atraente aos investidores,o euro preservando sua demanda — algo que, no entanto, não aconteceu ao longo do ano.
Para 2026, cresce entre os participantes de diversos mercados a expectativa de que o BCE poderá mudar sua política e adotar uma abordagem mais restritiva. O consenso atualmente aponta para um possível aumento de 0,1%, mas essa hipótese é pouco provável — o ajuste mais lógico seria de 0,25%. Caso a inflação na zona do euro acelere, várias rodadas de aperto não podem ser descartadas.
Além disso, uma das principais executivas do BCE, Isabel Schnabel, afirmou que vê de maneira positiva as projeções de mercado que antecipam aumentos de juros. Isso indica que o próprio BCE reconhece que esse cenário é plausível.
Em resumo, temos a perspectiva de que o Fed deverá cortar taxas em 2026, enquanto cresce a probabilidade de que o BCE faça justamente o oposto — eleve os juros.
Com base na análise realizada do EUR/USD, concluo que o instrumento continua a construir um segmento de tendência ascendente. Nos últimos meses, o mercado entrou em fase de consolidação, mas as políticas de Donald Trump e do Federal Reserve permanecem fatores relevantes que podem pressionar a moeda americana no futuro. As metas para o atual segmento de tendência podem se estender até a região de 1,25. No entanto, o último movimento de alta voltou a apresentar uma configuração corretiva. Diante disso, podemos agora observar o início de, no mínimo, uma onda descendente dentro desse mesmo segmento, e, no cenário mais amplo, a possibilidade de uma nova onda corretiva de baixa.
O cenário de ondas para o par GBP/USD passou por mudanças. Seguimos trabalhando dentro de um segmento impulsivo de alta, porém sua estrutura interna de ondas tornou-se mais complexa. A formação corretiva descendente a-b-c-d-e dentro da onda C de grau 4 aparenta estar praticamente concluída. Caso esse cenário se confirme, espero que o segmento principal da tendência volte a se desenvolver, com alvos iniciais nas regiões de 1,38 e 1,40. Ainda assim, a própria onda 4 pode assumir uma estrutura em cinco ondas, prolongando o movimento corretivo.
No curto prazo, a expectativa era pela formação da onda 3 ou c, com alvos próximos de 1,3280 e 1,3360, correspondentes aos níveis de Fibonacci de 76,4% e 61,8%, respectivamente — alvos que já foram atingidos. A onda 3 ou c ainda pode continuar seu desenvolvimento, mas o conjunto atual de ondas tende a permanecer corretivo. Dessa forma, uma nova queda no início da próxima semana também é possível, especialmente após a tentativa frustrada de rompimento da região de 1,3360.